3 de fevereiro de 2006

Jorge Palma e o dom das palavras tocadas


Ontem, enquanto organizava o meu pequeno leque de CD's encontri o Jorge, lá no meio. Vindo quase que do fundo de um báu.
Deliciei-me a ouvi-lo. E como sempre o álbum que mais me marcou...

Bom fim-de-semana. T.

Bairro do Amor

No bairro do amor
a vida é um carrossel
Onde há sempre lugar
para mais alguém

O bairro do amor
foi feito a lápis de côr
Por gente que sofreu
por não ter ninguém

No bairro do amor
o tempo morre devagar
Num cachimbo a rodar
de mão em mão

No bairro do amor
há quem pergunte a sorrir:
Será que ainda cá estamos no fim do Verão?

Eh, pá!
deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu compreendes bem...

No bairro do amor
a vida corre sempre igual
De café em café,
de bar em bar

No bairro do amor
o Sol parece maior
E há ondas de ternura
em cada olhar...

O bairro do amor
é uma zona marginal
Onde não há hotéis
nem hospitais

No bairro do amor
cada um tem que tratar
Das suas nódoas negras
sentimentais....

Eh, pá,
deixa-me abrir contigo
Desabafar contigo
Falar-te da minha solidão
Ah, é bom sorrir um pouco
Descontrair-me um pouco
Eu sei que tu compreendes bem.

Jorge Palma, 1989.

3 comentários:

Anónimo disse...

Enquanto houver estrada para andar, há esperança de ver um Palma menos perdido, esperemos...

www.jorgepalma.pt.vu/

Filoxera disse...

As letras do Jorge Palma são sempre inspiradoras.

Filoxera disse...

As letras do Jorge Palma são sempre inspiradoras...