30 de janeiro de 2011

Os meus doces 12 anos

Hoje voltei a pisar o chão da escola onde andei no 5º e 6º anos, respectivamente.
Não entrava naquele lugar há 22 anos.
Vieram inesperadas recordações, que de alguma forma preencheram o vazio que sinto dentro de mim.
Os meus doces 12 anos. Em que acreditava em tudo. Os ajuntamentos fora do pavilhão A, a tentativa desajeitada de um rapaz chamado Nuno Filipe que me tentou beijar enquanto gaguejava que gostava de mim e cuja resposta recebida foi um valente estaladão na cara ( Meu Deus, que vergonha, coitado do rapazinho ); aquela vez em que, para me impor de alguma forma, dei uma murraça a um rapaz que era um grande parvalhão; a traseira do pavilhão D onde um dia joguei ao bate pé, a pista de atletismo; a traseira do pavilhão A onde afixavam as nossas notas e recordei-me como se fosse hoje a sensação que foi receber a notícia do meu único 5 ( numa escala de 1 a 5 ) em Educação Musical. Lembro-me da "stora" que tinha um cabelo curto, castanho ferrugem e meio encaracolado. E que tolerava as minhas imbecilidades como ninguém, com a flauta na mão a tocar o Yamano Yamano Yeh Yeh Yeh Yeh Yeh.
Tive um mar de recordações ali, à minha frente. Desses doces 12 anos que nunca mais vão voltar, a não ser quando me lembro deles.

Por momentos fizeram-me esquecer este vazio ácido que sinto.

Por momentos fui novamente menina, com um sorriso nos lábios.

E cá fora estavam efectivamente os meus pais, à minha espera :) poir foram almoçar à escola, uma feijoada para os reformados da nossa zona.

A vida é curta e passa num ápice.

Ainda ontem nenhum deles tinha cabelos brancos...
T.

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