13 de outubro de 2010

Pressão

A palavra de ordem nos dias que correm é uma: pressão.

Somos pressionados por todos os lados. Querem depressa e bem. E ontem.

Gritam, hostilizam, ameaçam, denigrem, atormentam e depois compensam com palavras, pedidos de desculpa e toques no ombro. Porque ao fim ao cabo precisam de nós, nem que estejamos todos rebentados.
E o estarmos rebentados e hostilizados faz com que nos controlem através do medo e por isso da anestesia geral.
Quando a Manuela Ferreira Leite usou a frase "asfixia democrática" lembrei-me imediatamente disto.

O país está assim. Quem não tem emprego sofre por não ter. Quem tem sofre pois está insuportável o mundo organizacional em Portugal. Há quem esteja muito bem ou porque o ambiente de trabalho é bom e por isso a pressão não os afecta tanto, ou, porque são muito bem pagos e assim vive-se melhor.

Por último há os que estão na maior, enconstados aos partidos ou às seitas religiosas.

Hoje vinha no carro e vinha a pensar: não pode ser um sintoma normal ver colegas a sair do trabalho a chorar com tudo o que têm em cima das costas. E o chegar a casa e ter de fingir que está tudo bem perante um filho deve ser ainda outro exercício complexo quando se calhar o que apetece é desabafar com o marido/mulher ou tomar um bom banho, beber um vinho, esquecer tudo....

É nisto que penso quando o meu relógio biológico pensa em filhos. É isto que me impede.
Que raio de mãe vou eu ser ao chegar a casa uma pilha de nervos, que é um estado quase diário? Que paciência vou eu ter pois se agora não tenho quase nenhuma, como será?
Que raio de país os esperará? Que dificuldades irão ter? Qual a capacidade que terei e até que ponto para os ajudar?

 É verdade que a grande consolidação da palavra amor advém do facto de produzirmos mais um ser humano e o ajudarmos a trilhar o seu caminho.

Mas com toda esta asfixia já para não falar  no "des"Governo que temos ( que não passa de uma farça e que é uma amostra do cenário diabólico que é o nosso cenário actual ) pergunto: o que é que virá a seguir?

Até quando vamos aguentar esta pressão?

T.

1 comentário:

Marvin (Sérgio Rodrigues) disse...

É a correria do dia-a-dia que nos transtorna. O resultado disso é a dePRESSÃO, o mal do século, que está acabando com a vida das pessoas, e nos tornando apenas máquinas de produção.