21 de outubro de 2009

No trânsito, stress evidente

Hoje ao sair do trabalho, pelas 18.20, depois de engolir um crocodilo chamado INJUSTIÇA... deparei-me com um trânsito descomunal. Perguntei de mim para mim: será chuva, será acidente? Chuva é certamente e com acidente entope assim... :)

Como prometi a mim mesma que nunca mais hei-de chorar por causa de trabalho pus a Madonna o mais alto que aguentei e cantarolei...
Atrás de mim ía um senhor colado à minha traseira (leia-se à do meu catmobile).
Ía literalmente a bufar. Colava-se. O trânsito completamente parado. Apita. Eu com um autocarro da carris à minha frente, parado. Que raio, o que é que eu podia fazer?

No entanto e apesar da raiva que estava a sentir decidi substituir aquele gesto do "passa por cima oh cabrão" por um olhar sereno e atento. Tinha uma criança no banco de trás, com uns 3 anitos.
Pensei: está atrasado, foi buscar o míudo ao infantário e a mulher já lhe ligou 3 vezes a perguntar quanto tempo é que demorava....

Volta a apitar, o autocarro estático.

Finalmente os carros começam a andar e lá consigo livrar-me dele, colado ao meu "rabo".

Desço a avenida e ponho-me a pensar no quanto o stress nos anda a dominar.
Estamos cada vez mais impacientes e com uma certa cegueira, como diz o Saramago.

Aquele homem numa estrada totalmente molhada e perigosa, com uma criança na sua responsabilidade.
Nem mesmo assim conseguiu colocar em primeiro lugar a segurança, tal é a força com que os seus problemas o dominam. Ou então é bruto, ponto.

Será que existe algum remédio?

Alguém me diz?

Eu chego a casa e enfio-me literalmente na banheira. E agora que veio o frio novamente, aquele banhinho de imersão com velas por todo o lado. Até os dedos enrrugarem por completo. Maravilhoso.

Se metesse este homem numa banheira com aguinha quente se calhar amanhã ele não apitava.

Será?

No trânsito, stress evidente.

T.

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