24 de janeiro de 2006

Ser de Lisboa



Se há coisa que amo nesta cidade é a Lisboa velha.

A Lisboa onde uma varina ou outra, de canasta na cabeça e sangue na guelra, vendiam a sua safra pela cidade fora, gritando um ou outro pregão que as tornaram eternas.
Fecho os olhos e sinto-lhe o cheiro. É sardinha assada, é o pimento, o manjerico.
Oiço as gentes e os seus falares típicos. Que Lisboa tão bonita esta.
A Lisboa do Fado, da Amália traquina mas de bom coração a cantarolar pelas ruas...
É um murmurinho de porta em porta... um velhinho a ouvir num rádio da mesma idade aquele som antigo e eterno.
Gosto da modernidade, em alguns aspectos. Mas AMO os velhos tempos. Serei nostálgica, com certeza. Mas amo esta beleza da cidade que acorda ainda hoje com essa traquinice de ter uma Alfama.
E dizem que quem nasce em Alfama não pode ficar indiferente ao fado.
Que ele lhes corre nas veias....

Ora eu que não nasci lá trago-o nas células. E porque é que digo isto? Porque mal o oiço não só me arrepio como choro. Baixinho, escondida. Engulo em seco.

Alfama é ALMA!


T.

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