Hoje fazias anos.
Não sei quantos, mas fazias...
Quis a vida que fosses embora mais cedo.
E foste.
Foi um processo doloroso o teu.
A vida foi-te um pouco madrasta. Lamento.
Vi-te sorrir, fiz-te sorrir umas poucas vezes.
Acho que gostávamos um do outro.
Ainda me telefonaste umas vezes. A última que falámos,
Lembro-me perfeitamente, estava o Chirac a falar na TV5.
Eu, invariavelmente ligada à França, comentei contigo qualquer coisa.
Rimos.
Lá estavas tu com o teu “chauvinisme”...
Mas eu gostava de ti como eras.
E continuo a gostar, pois para mim estás vivo, apenas viajaste.
Confesso que choro às vezes, especialmente quando oiço o Kingston Town dos UB 40.
Lembro-me daquela vez que fomos à praia no teu Alfa Romeu e furámos um Pneu. Lá tivemos nós de tirar a tralha toda do carro para o mudar!
Lembro-me das massagens que te fazia pois tu pedias muito.
Lembro-me de estarmos os dois a beber Ricard à la Grenadine...
Ía-me vomitando.
Lembro-me quando tinha uns 9 anos e me queimei no tubo de escape do teu Motão, com o qual engataste a minha Madrinha.
Lembro-me quando me trouxeste o meu afilhado, pela primeira vez, tão pequenino nos braços. Foi a minha maior emoção.
Lembro-me das bezanas que apanhavas. Das discussões que tinhas quando estavas assim. Era fartar de rir.
Lembro-me que odiavas caracóis!
Lembro-me que quando chegava a hora de almoço lá vinhas tu yter connosco, depois ías embora, depois voltavas para nos cravar um café. Às vezes trazias garrafa.
Lembro-me das cartadas que jogavas com a malta.
Lembro-me das tuas piadas, dos teus peidos, das tuas gargalhadas.
Lembro-me de ti.
E hoje, mais que nunca, estou contigo.
T.
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