29 de maio de 2005

Saudade

Uma palavra que não tem tradução para outras línguas.
Nossa, do português e do Português.
Uma parcela do tesouro que é a nossa Língua.

No entanto, deixo de lado a formalidade desta afirmação e passo a exprimir o que sinto neste momento.
A morte doi-me.
Às vezes doi-me mais, outras menos.
Mas hoje doeu-me mesmo. Tanto que precisei de me afastar do espaço em que me encontrava para, no silêncio, me poder refugiar. Estava barulho naquele lugar. Mesmo muito barulho.
Tanto barulho que fugi. Pedi para ser acompanhada. E fui. Até alguém se ir embora.
E foi embora. Não lhe doeu nada sair daquela maneira. Para esse ser humano a tristeza era um mal menor, ou melhor, um mal evitável.

Pois bem. Assim seja.


Só espero poder mostrar a esta pessoa, quando ela sentir na pele essa mesma tristeza, que não é assim.
Que há momentos em que a vida deixa de ser um palco de (S)uper (H)omens. Momentos em que caímos, em que sofremos. Em que não queremos que o momento mais duro chegue. Porque estamos, no presente, ainda a aprender a lidar com esse momento.

Parabéns a todos aqueles que só precisam de si próprios para superar a dor da perda.
E quando confrontados com a dor dos outros, não se esquecem de ser super homens.

Mesmo que o seu maior ponto fraco, o seu veneno, seja esse mesmo.
O de serem (S)uper (H)omens de papel, de palha...tão frágeis e fracos quanto os outros.




T.



1 comentário:

Anónimo disse...

Só mesmo a morte é que nos dá a conhecer o verdadeiro sabor da saudade. Uma saudade que não pode ser saciada.
Tentamos esquecer, mas às vezes é tão dificil.
Força T.