A morte é uma certeza. Uma sombra fria que passa de vez em quando nas nossas vidas.
Umas vezes passa sem dar-mos por ela. Outras entra em nós com uma crueldade que nos fere, que nos doi, que nos retira cor, vitalidade e alegria.
Dizem que o tempo cura a dor da morte. Não sei bem. Talvez a modifique. Talvez a transforme na saudade, na falta provocada pela ausênsia.
Falar da morte não é fácil. Já muitos fizeram com toda a certeza este ou aquele exercício. Sabemos que um dia morreremos.
Amália Rodrigues disse um dia : " ...Desde que existe a morte a vida é absurda...".
Faz algum sentido. Afinal o que é que andamos cá fazer e para quê? Será que tudo se resume a meia dúzia de anos? Porquê?
Às vezes penso nas pessoas que já partiram. O testemunho do seu fim foi marcante. O inesperado choque, a constatação, a vivência da dor, o desfecho. O fim.
Há que encarar com coragem a vida depois da perda. Não por acreditarmos que iremos rever esses entes que nos eram queridos ( quem sabe? ), não temos certezas, mas sim porque a vida é tão preciosa que devemos agarrá-la e vivê-la no limite. E quando digo no limite não me refiro a uma anarquização do sentir e do agir. Refiro-me sim à capacidade que devemos procurar ter de potenciar o que é bom, minimizar o que é mau para poder encher os vazios que nos vão invadindo através das perdas afectivas provocadas pela morte. Custa perder alguém mas por mais frio que pareça temos de aprender a viver com as boas recordações. Aliás com as boas e com as más. Viver as recordações. Olhar a vida de frente.
Quero deixar aqui todo o meu desejo de força e coragem para os que, de alguma forma, estão a passar por um momento de dor. Tudo passa. A dor atenua. A vida continua. Os milagres da felicidade também acontecem. Mesmo depois da perda e do sofrimento.
A morte leva. A vida dá.
T.
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