Porque é que custa tanto confiar em alguém?
A vocês não custa? Eu levo imenso tempo a confiar.
Não por já ter sido traída muitas vezes ou por qualquer tipo de desilusão marcante.
Tive as desilusões normais, creio. Nisso sinto-me afortunada. Mas páro para pensar e dou por mim a crer que não confio em muitas pessoas. E algumas se calhar até mereciam. Pelo menos já o mereciam. É como se eu tivesse dentro de mim uma voz a sussurar: cuidado...
Cada vez é mais difícil. Basta olharmos à nossa volta. Dissimulação... Deslealdade...
É preciso dar um pouco mais de cor a este mundo. É preciso ser melhor. É preciso entregarmo-nos aos afectos e aos sentimentos deixando-nos suave ou intensamente ir por eles fora. É preciso abrir novamente os corações, sem medo. Este post advém do testemunho quase constante das desilusões.
Para haver uma desilusão é preciso que exista uma ilusão. E porque é que então nos iludimos com este ou aquela?
Talvez porque, quanto a mim, às vezes na carência dirigimo-nos facilmente à efemeridade. Porque é mais confortável e dá muito menos trabalho. Porque focarmos uma realidade que não existe, senão na semelhança com o que queremos ou idealizamos, é quase como que o nosso porto seguro. É quase um balão que nos tira do meio da tempestade que é a realidade do outro. Do que ele é. E depois de um rodopio de emoções e expectativas a dita máscara que todos temos acaba por cair. E nesta camuflagem confusa do que somos e do que queremos parecer ao outro e do que o outro nos parece saltitamos de desilusão em desilusão. E o mais interessante é ver como isso nos afecta nas nossas posteriores interacções....
Faz este exercício mental:
Em quem confias tu? Porquê?
T.
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