Estar atenta ao mundo...
Dá trabalho.
Hoje o que me encheu os olhos foram duas senhoras da limpeza do meu local de trabalho.
Estavam na palheta sem fazer nenhum. Muito desmotivadas. A desabafar uma com a outra sobre certas especificidades inerentes à sua actividade laboral.
Isto fez-me pensar: há tanta gente que olha com sobranceirismo para as pessoas que pertencem a um sector menos prestigiado. Vejamos: aparece-nos à frente uma senhora alta, esbelta, bem vestida e com classe. Reacção: um sorriso de disponibilidade imediata seja para o que for.
Contrariamente, se aparece uma senhora desdentada, a suar, com uma bata azul, que fala axim e alto..., qual é o primeiro impulso? Não direi repúdio pois é demasiado forte mas não lhe damos o devido valor. Isso de certeza.
Se pararmos para pensar estas senhoras que são se calhar um pouco desajeitadas e que nos seus quinhentos euros mensais, se tanto, gerem um lar com dois filhos e um marido que se calhar também não ganha grande ordenado.... se pararmos um pouco vamos chegar rapidamente àquilo a que considero um factor muito importante. Sabe-nos bem ter um ambiente limpo em casa não sabe? Quem limpou as nossas casas quando éramos pequenitos e até à nossa fase adulta e independente? As nossas mães. Pois bem meus caros, estas senhoras não sou limpam em casa como também limpam a sujidade que diariamente acumulamos. E nem todos somos cívicos o suficiente para tornar mais leve o trabalho destas senhoras e senhores. Muitas pessoas pensam que é para isso que elas lá estão. E de facto é. Mas não dificultemos a vida. Sejamos “clean ” nas nossas atitudes. Porque, e isto é sobretudo para as mulheres que têm filhos em casa, se os vossos rebentos se estiverem a borrifar para os longos diálogos sobre o dever de ser asseado em casa e em toda a parte, se calhar vão ficar irritadas...Não?
Pois eu considero as senhoras da limpeza quase como que umas mães que andam por aí a limpar o que as criancinhas sujam. É claro que há umas muito mandrionas. Mas também limpar a ... que os outros deixam.... convenhamos.
É simples. Não custa. Prestemos mais atenção às pessoas. Dependemos uns dos outros.
O que fazemos, a muitos níveis, tem repercussões imediatas ou não no espaço de outrem. Lá diz a frase que “ a nossa liberdade acaba onde a dos outros começa ” .
T.
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