21 de março de 2004

Domingo

Aquele dia chato em que toda a gente sai à rua com o cão e com a família para passear nos jardins, nos centros comerciais, nos centros culturais...
Hoje, Domingo, fui até ao CCB espreitar a Festa da Primavera. Sufoquei assim que o meu nariz sentiu o cheiro. Logo que entrei. Aquele cheiro a churros misturado com a carne humana mal lavada e impregnada de perfume para disfarçar o descuido constante do asseio. Cheirava a pessoas, muitas, imensas, todas misturadas. Parecia uma daquelas feiras em que estão a dar qualquer coisas e só por isso o belo portuga sai à rua... Esse cheiro a Domingo do Povo.
Todos tem o direito a estar, a ser, a ver, a ter... Por isso dei uma volta rápida e retirei-me. Afinal eu é que estava ali a mais. Não seria capaz de ter a presunção de dizer que os outros é que lá estavam a mais. Toda a gente tem o direito de se divertir. Só por dizer que preferia estar sossegada. Já não tenho paciência para as multidões.
Tudo o que englobe mais do que 50 ou 100 pessoas já me baralha o sistema. Porque estou a pensar nos casórios, nos baptizados, nas associações, na música... Que continuo a frequentar. Porque senão nem isso.
Estarei a ficar velha?


Domingos...

T.

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